terça-feira, 13 de novembro de 2012

BELEZA




A beleza se casou aqui
A beleza se derramou aqui
A beleza se abraçou aqui
A beleza escorregou por entre os pelos
Permeando o cabelo, molhando os dedos
Como água, a beleza penetrou nos lugares mais íntimos do teu espaço!
Robson B. Mesquita Guarani e Kaiowá!

BUSCA


Falta entender o significado profundo das coisas
Falta entender e fazer parte
Falta unir-se a tudo
Falta ser como o vento 
Preencher todos os espaços 
Sem deixar que exista o não ser
Da coisa preenchida
Sem deixar de levar o cheiro
Leve da vida!
Robson B. Mesquita Guarani e Kaiowá.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

AO AMOR


O mundo não pode te conter
Por que já tu conténs o mundo
Para onde os meus olhos forem
Onde eles deitarem, ou correrem
Tu estarás lá, sempre
Mesmo que eu suba fora do mundo
Mesmo que eu desça longe dele
O olho que é meu, sempre te vê
E mesmo que o tempo dure pra sempre
Este mesmo percurso é que te carrega
E te envolve nesse todo
Ou o todo é envolvido Por ti
Pois a própria existência pega carona contigo
(Robson Barros Mesquita)

sábado, 11 de agosto de 2012

FOME



Com fome eu como nuvens
Engulo o céu, corto a lua no meio
Tomo a fatia e mastigo
Eu tenho fome do mundo, eu quero comer
A vida que passa carregada de lembranças, eu como
Cheias de dor, de amor
Cheias de solidão e de multidão, eu como
Aquele lugar que foi esquecido ainda esta lá
Revivendo tudo por todos, por mim e por você
Ele ainda comemora a presença
Ele está lá guardando o momento
Pra mim e pra você, o lugar
Eu até pulo na garganta da noite
E por sua boca eu escuto histórias
Ela não grita, é mansa e escura
Me acalenta no colo e digere 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

DO PENSAMENTO



Sussurros no pé da escada e gritos no mundo
Antigo é o meu pouso que passa, esperando braços na rua de tua casa
Cansado é o correr do meu olho procurando deitar na esteira do teu pescoço
Piso firme e chão torto, molhada morada do pensamento escorregadio

O dia é sempre o mesmo
O tempo sempre um lugar aonde vou
Mas que nunca encontro
Ele corre e eu não alcanço...

Bebida da minha boca é a voz louca, é líquido parado
É gosto na minha língua, canto firme, espremido e apertado
É casa que briga pra nunca ser tapera
É sempre um velho com saco cheio de esperança gritando ao sol que lhe pinte mais um céu, que lhe mostre mais um véu, que não queime sua dança

quarta-feira, 9 de maio de 2012

PASSOS


Meus passos se encontram com o caminho
Tem poeira, tem areia, tem pedra
Meus passos cumprimentam o capim, dançam com os buracos
Sentem todos os cacos do dia que se vai
 Meus passos sobem e descem se molham na lama, clama
Chama, ama e ama, e ama...

Meus passos me levam para os encontros
Me apresentam ao encanto, ao desencanto, ao canto
No canto da vida eu me escondi
Eles vieram e me tiraram da li
Sim, eles sempre vêm e vão e me levam
Eu nunca sei e eles sempre sabem

Converso sempre com o caminho
Abraço sempre o caminho
Na verdade foi ele que me apresentou aos meus passos
Foi ele que chamou os meus passos
Foi ele quem criou os meus passos
Foi ele quem mudou os meus passos

Ando por dar alguns passos
E ando por que preciso
Já saí do início, porém nunca principio
Tem sempre o caminho que não me deixa enganar
Há muitos passos a dar
A sempre que se deixar levar por passos a frente

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O VENTO



O vento que arruma meus cabelos e cheira meu cheiro
Esse me traz até o tempo
Me arrasta com força pra dentro de mim
Pois ele vem trazendo lembranças sem eu pedir, ele vem
Trazer sabores de mel que eu não posso sentir na língua
As flores que não posso sentir nas mãos
A terra que não tocarão meus pés
Vem me contar histórias que eu havia esquecido
Vem me fazer dançar as músicas que eu não havia dançado
Vem me trazer o frio que me tinha abraçado
Até a quentura que tinha arranhado meu pescoço, ele vem
Me mergulhar no breu daqueles olhos de madrugada
Me perder de mim, ele vem
Tudo que eu não posso sentir ele vem
Ao dobrar a esquina ele vem
Me carregar pra nunca mais devolver ele vem