quinta-feira, 1 de setembro de 2011

RUA

O olho da rua me vê com seus olhos vermelhos
E me convida pra dançar agarrado com o vento

A poeira que lhe instiga e irrita
O vento que sopra sobre as fitas
O menino que corre atrás da raia

A rua é espectadora do moribundo, do vagabundo
Do mundo é a própria porta
Ferrolhos que se entortam e permitem a entrada de todos
É palco dos horrores e dos amores
Silenciosa moça parada, esperando e se despedindo
Dos que por ela passam

Morrendo com os que morrem
Vivendo com os que vivem
Dançando com os que dançam

Correndo com os que correm
Chorando com os que choram
Cantando com os que cantam
Seguindo por dentro dela a rua roendo as velas
Que se gastam rumo aos destinos

4 comentários:

  1. Poxa, queria saber escrever assim... (inveja boa) rsrsrs

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  2. Obrigado Carlinha... Não seja modésta rsrs

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  3. Bonito. Palavras perfeitas em sintonia com a natureza e a vida.

    Abs

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  4. Muito bom amor! Sua percepção do simples, que quase sempre, passa desapercebido por nós, vc consegue descrevê-la de maneira encantadora...

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