O negro dos teus olhos atentos
Tem a fome do silêncio, o cheiro de águas, o banho salgado, o veneno...
A lua que brilha e faz o peso sumir
Levito, tenho medo de subir
Meu corpo pesado com todas as cargas se banha com a luz dos teus olhos lua
Pareço criança, sinto cheiro de esperança e garganta ardendo
O homem que some, o mundo que surge
A noite que brilha com luz gelada
Mas tenho o abrigo esquentado dos teus lábios
Vôo no cheiro que sai dos teus cabelos
Nado na tua boca molhada
Canso percorrendo teu corpo
Bebo o suor e fico morto
Acalento nos teus olhos, madrugada...
(Robson Barros)